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Andrea Diaz Roa é aluna de doutorado no Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada – mantido pelo Centro de Toxinas, Resposta-imune e Sinalização Celular (CeTICS) – no programa: Interunidades em Biotecnologia (ICB – Butantan – IPT) e na pós-graduação em Ciências Biomédicas da Universidad del Rosário em Bogotá, na Colômbia.
Aluna do CeTICS ganha prêmio por pesquisa em larvoterapia
26 maio 2018 -29 maio 2018

Por Isadora Schmitt

A doutoranda foi escolhida para participar do Simpósio Jovem Cientista Conesul, na 47ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, que acontece em Joinville, Santa Catarina, nos dias 26 a 29 de maio de 2018. A direção do simpósio selecionou jovens para apresentar oralmente e na forma de cartaz seus trabalhos, além da cobertura das despesas de inscrição, transporte e hospedagem.

Roa é orientanda do pesquisador do CeTICS Pedro Ismael da Silva Jr. e seu trabalho tem como título: “Sarconesin: an antibacterial peptide from medicinal blowflies Sarconesiopsis magellanica (Diptera: Calliphoridae)”. Traduzindo ao português, trata-se de uma pesquisa que estuda um peptídeo antimicrobiano de larvas de moscas.

Ela explica que o material é usado muitas vezes para determinar intervalo pós-morte em ciências forenses e também para a cura de feridas, pelo fato delas se alimentarem exclusivamente de tecidos em decomposição. “A tese do doutorado é buscar quais são os possíveis peptídeos que tem essa atividade antimicrobiana”, afirma a aluna.

Para Pedro Ismael, orientador da pesquisa, o trabalho é sobre larvoterapia.”No século passado essa prática era muito utilizada e, com o advento dos antibióticos, ela foi deixada de lado. Entretanto, verificou-se que algumas feridas crônicas, principalmente entre diabéticos, não cicatrizam de forma alguma. Nota-se que utilizando novamente a larvoterapia, a larva limpa e libera substâncias antibacterianas, que fazem com que a ferida possa cicatrizar”, declara o pesquisador.

De acordo com Roa, o prêmio vai trazer mais reconhecimento para a larvoterapia. “Muitas vezes é uma prática que não tem muita aceitação, pois diferentemente do remédio, a larva está viva. A apresentação vai ajudar a dar mais visibilidade para o tema e pode quebrar preconceitos”, diz a doutoranda.

Segundo Pedro Ismael, o prêmio demonstra que o trabalho do CeTICS é muito importante. “Aqui desenvolvemos descobertas, novos fármacos, o que mostra como o Brasil possui pesquisa de qualidade”, concluiu o orientador.